As crianças e a cruz

Este título, bem como muitos trechos que aqui vou escrever, encontrei no livro Mulher Sacerdotal, da editora Santuário, escrito por Jô Crissant. Confesso que gerou em mim uma enorme diferença na criação junto as minhas filhas e me comoveu a ponto de querer escrever neste blog e ajudar a tantos e tantos pais a educar seus filhos.
Não sou pedagoga, nem psicóloga, sou apenas mãe, mãe de 3 lindas meninas e filha, filha de DEUS. Mas também como coordenadora do Projeto Criança da Missão Santo Amaro/SP – da Comunidade Católica Shalom, me senti obrigada a escrever, não uma obrigação qualquer, mas uma obrigação pelo amor. Com intuito de consagrar a Deus cada linha, de consagrar a Deus cada pai que ler, cada filho, cada jovem, cada criança, cada madrinha e padrinho, tio e tia, avós...
A vocês padrinhos quero dizer algo especial, sou madrinha de batismo de um garotinho, lindo o Victor. É verdade que há muito tempo não o vejo (o que confesso ser um grande erro!), mas sempre rezo por ele e o consagro nos braços de Nossa Senhora e de Jesus. Também somos padrinhos de Consagração de uma linda garotinha chamada Anna Lyzzie. (um beijinho aos dois!)
Você reza por seus afilhados? Intercede por eles? Os aconselha?
É ai onde quero chegar.
Ser padrinho no mundo de hoje, conforme os costumes, é apenas uma celebração onde eu escolho alguém que gosto, desejando que ele goste do meu filho e que dê presentes...
Mas não foi isso que Deus desejou em seu coração desde o início. Os padrinhos devem não apenas gostar, mas amar. Quanto aos presentes???? Talvez! Não é o essencial. O abraço talvez seja o melhor presente, abraçar de verdade, se doando, morrendo, dando a vida...
Quando eu era criança, minha mãe sempre dizia: “- Filha, se um dia eu morrer, sua madrinha é sua segunda mãe...”.
Ah, como eu acreditei!
E hoje é isso que desejo para você padrinho e madrinha... amai, se coloque como mãe e pai do seu afilhado, o eduque para o Céu, pois foi pra isso que você foi chamado.
Por isso acho que este texto é para você também e não só para os pais, mas para você que é espiritualmente a 2ª mãe e o 2º pai.

O título é bem claro: “As crianças e a cruz!” – o que nos resta compreender que elas também têm a cruz delas. E é desta cruz que vou escrever um pouco, dentro daquilo que entendi do livro, pedindo licença à autora, irei fazer minha interpretação.

“A educação passa pela cruz. A mulher tem por missão educar a humanidade, eleva-la até a cruz, lugar de nossa salvação; na educação das crianças, a cruz é elemento importante que não se pode negligenciar, como também no casamento, porque ela é alicerce para a harmonia dos esposos.
Chegamos até a aceitar a cruz para nós, já que o sofrimento faz parte da vida e dele não se pode escapar. Mas não o aceitamos para os filhos. Sem perceber que se a cruz é instrumento de salvação, para nós, ela o é também para eles. Temos de educá-los para acolhê-la, pois nela está o Cristo. Quando pequenos, devemos ensiná-los a abraçá-la e fazer crescer a vida divina neles, a aceitar Jesus na contradição. Não esperar que nosso filho tenha vinte anos para dizer-lhe: “Meu filho, na vida nem tudo são flores”. A mãe, mais que ninguém, deve compreender quando chega a vez de seu filho sofrer. Seu papel é insubstituível, preparando-o para oferecer seus sentimentos a Deus.
O papel da mãe é fortalecer o filho e não tentar livra-lo do sofrimento, é torná-lo apto a assumir a própria existência. Ela recebe e, dolorosamente, oferece o sofrimento de seu filho.

Porém cuidado:
Ao contrário, certos pais nada poupam a seus filhos e os mantêm a par de tudo o que se passa no mundo para despertar-lhes a consciência e formar-lhes o espírito. Aos 8 e 10 anos, crianças carregam um fardo bastante pesado para seus ombros pequeninos e dificilmente conseguem dormir em paz. Não exageremos. É preciso calar certas coisas diante dos filhos, deixa-los gozar sua infância e poupar-lhes fardos muito pesado para seu equilíbrio futuro..” Pág. 115

Quanta sabedoria. Quantas bênçãos Deus derramou em meu coração e como louvei a Deus por esta leitura acima. Peço a você que louve também, pois a cruz não é só para nós, mas também para nossos filhos.

Já faz uns dias que ando vivendo um dilema em minha casa por causa da novela “Rebeldes” – aqui em casa não assistimos a novela, mas minhas filhas estudam e tem amigos extra Comunidade Shalom, o que é ótimo e normal... porém amizades que as levaram para o desejo de serem “RBD” também.

Em minhas orações vinha clamando a Deus que me ajudasse, pois não sabia como resolver esta situação. Certo dia sentei com elas e fui assistir a novela para ver o que havia de bom e de ruim, para que minha proibição tivesse consistência...
Bom, argumentos a favor da proibição encontrei em quase todos os quadros.
Uma menina (não sei o nome deles) gritava com a mãe todo o tempo, a mãe vestia roupas de jovem, bem decotadas... o assunto sexo falado abertamente como se a novela fosse apenas para adultos, beijos “calientes” demais para que crianças de 3, 5 e 10 anos (minhas filhas) assistissem. Até eu me senti constrangida...
Rebeldias e mais rebeldias. Jovens que trai uma a outra por um suposto “amor” – se é que realmente eles sabem o que é o amor...
Os valores reais do ser humano, simplesmente apagado, o corpo idolatrado. Deus, totalmente esquecido! Tantas outras observações.
Quanto a música, tenho algo a falar que talvez vá fazer você se levantar e questionar: que exagero!
Mas quero que saibam que não estou escrevendo para qualquer pessoa, estou escrevendo para você mãe e pai que teme a Deus, e que se sente “estrangeiro” neste planeta, uma vez que você e sua família pertencem ao Céu e para lá querem ir!

“Que o temor a Deus esteja conosco. Vigiai o vosso procedimento, pois, junto do Senhor, nosso Deus, não há iniqüidade, nem distinção de pessoa, nem admissão de presentes.” (Crônicas 19;7)

A música “eu sou rebelde” é uma consagração, uma palavra que você proclama sobre si. Da mesma forma que na oração você diz: “- Senhor eu sou toda tua, eu quero ser santa, quero ser boa, quero amar...” – com a música, seu filho não diz “- eu quero ser...” – ele proclama sobre si, que é. – “Eu sou Rebelde!”.
Numa pregação sobre maldições, o pregador disse que muitas vezes fazemos “votos íntimos ou secretos”, isso ocorre quando dizemos: - sou um burro, sou um idiota, um incapaz.... Quando seu filho canta: - Eu sou rebelde! Ele também faz um voto intimo. Cuidado.

Você deve estar dizendo: - Que absurdo... é apenas uma música...! Sim, é verdade é só uma música, mas uma música que seu filho proclama que é Rebelde e a primeira criatura que se rebelou no mundo se chama Satanás, ele foi o primeiro que gritou em alta voz: - Eu sou Rebelde! E se rebelou, se afastou de Deus e de tão belo que era Lúcifer se tornou a mais feia de todas as criaturas.

Não seja ingênuo achando que o inimigo de Deus apareceria para seu filho com chifres e rabo (...), ele vem bonito, ele vem com uma música atraente, ele vem com uma bebida, um copo de cerveja, um único cigarro que não vai “viciar ninguém”.

“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar.” (1ª Pedro 4; 8)

Vigiai e orai, Deus nos fala constantemente na Palavra, ele nos alerta porque nos ama e porque sabe que muitas coisas acontecerão e não vamos achar que é errado, hoje nada é errado... Deus não muda com o mundo, o que é pecado para Ele sempre será, não importa o costume da sociedade, o que é, é e sempre será!

“Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem.” (Lucas 21;36)

Minha filha Mariazinha, de 5 anos, ontem a noite me disse que ganhou de sua amiguinha 4 figurinhas dos rebeldes, mas não trouxe para casa pois sabia que eu não gostava. Na hora não sabia o que dizer a ela e para não falar besteira me calei, como Nossa Senhora fez muitas vezes. No meu silêncio coloquei Jesus e pedi que me orientasse.
Antes de dormir entreguei a situação para Jesus, ao acordar fiz a mesma coisa e após o almoço eu chamei as minhas 3 filhas e contei a elas a historinha de Santa Maria Goretti, como elas se comoveram com a linda história de uma jovenzinha que preferiu a morte a ter que magoar e desonrar seu corpo, que era como ela dizia: “O templo do Espírito Santo...”, esta historinha tocou o coração delas.
Foi então quando depois de alguns minutos a Mariazinha chegou em mim e disse: - mãe eu vou devolver as figurinhas dos rebeldes, eu gosto, mas não quero deixar Jesus triste.
Nesta hora meus olhos brilharam, ela entendeu!
Ela disse, eu gosto, MAS... – a cruz estava ali.
Mãe eu gosto dos rebeldes – porém eu amo Jesus muito mais do que uma figurinha – eu quero o Céu!
Foi isso que ela disse, não nessas palavras, mas ela disse – Eu quero o céu!
Ela vai sofrer entregando as figurinhas, porque “ela gosta” e de quantas coisas gostamos e não fazemos por amor a Deus? Ela tem apenas 5 anos e por amor a Jesus ela vai devolver as figurinhas.
Disse mais, disse que vai conversar com suas amiguinhas para que elas também não venham deixar Jesus “tristinho”.
Não tenha medo de deixar seu filho carregar a cruz dele. Hoje esta foi a cruz de minha filha: - Eu gosto (eu vou sofrer), mas vou entregar a figurinha, pois não quero ver Jesus “tristinho”.

Pra você deixo esta passagem:
Vigiai! Sede firmes na fé! Sede homens! Sede fortes! (1º Cor. 16;13)

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